No passado fim-de-semana 6/7 de Fevereiro passamos da teoria para a prática de um projecto já há muito pensado.
Depois de um acordo entre membros do grupo pensamos ser esta a altura ideal para o fazer, visto ser o intervalo entre Natal e Páscoa…
Doação em género. Fizemos a recolha de todo o tipo de bens materiais, (ex: roupa, material escolar, bens alimentares, brinquedos, etc…) com a finalidade de todos eles serem doados à Casa do Gaiato, oficialmente com o nome de Obra da Rua, que como todos nós sabemos foi fundada pelo Pe. Américo.
Ver o empenho de toda a nossa comunidade paroquial, foi óptimo. Mais uma vez sentimos não estar sós. Recebemos muitos mais bens do que os esperados.
Depois de embalados e devidamente separados, todos os bens, tivemos de aguardar até ao passado dia 13 de Março para entregarmos na Casa do Gaiato de Paços de Sousa, tudo o que angariamos.
Durante toda a nossa curta visita, tivemos a oportunidade de perceber que as suas carências vão para além de bens matérias, o que a meu (nosso) ver, não é nada bom!
Não são só de roupas que todos aqueles (estes) rapazes necessitam. Nem só de alimentos. Nem só de brinquedos. Nem só de tudo o resto que todos temos a capacidade de doar: matérias.
Tudo o que realmente aqueles (estes, os nossos) rapazes precisam é de apenas alguma atenção, afecto, carinho. Mais contacto com o mundo exterior. Mais alegria. Mais amor. Mais vida.
Percebemos tudo isto, com o nosso pequeno e especial guia: o António. Um dos mais novos da casa. Um dos mais tímidos. Um dos que nunca nos largou. Tivemos ainda oportunidade para assistir a uma partida de futebol entre os rapazes.
Seria bom dizer que, Nós, JMV Lagares, saímos da Casa contentes e com a sensação do dever cumprido. Mas não saímos.
Todos nós deixamos a Casa com a certeza de que ainda falta muito a fazer.
Todos nós saímos da Casa, com a Esperança de um dia Dar a todos aqueles, a todos estes, a todos os nossos rapazes aquilo que realmente necessitam: Atenção. Carinho. Amor.
“Às vezes vem-me o tino; a inteligência das coisas terrenas. Nesta inteligência vejo os problemas de cada um: as idades inquietas, as tendências; e também o meu problema.
O que então se passa na minha alma é coisa inenarrável. Entro a desfalecer. Mas isso dura pouco tempo. Deus tira-me o tino e dá-me a Sua loucura. Os problemas de todos, e o meu também, ficam num instante resolvidos.
- Homem de pouca fé, porque duvidas?!” (Pe. Américo)
Ida Morais
C.L. Lagares